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A formiguinha e a Neve

Tempo Leitura
5 min.
Idade indicativa
até 4 anos
Categorias
Clássico
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Uma formiga em meio a uma tempestade e neve

Numa certa manhã de inverno uma formiga saía para o seu trabalho diário.

Já ia longe procurar comida quando um floco de neve caiu, prendendo o seu pezinho.

Aflita, vendo que ali poderia morrer de fome e frio, a formiga olhou para o Sol e pediu:

Sol, tu que és tão forte, derreta a neve e desprenda o meu pezinho?

E o Sol, indiferente, respondeu:

Mais forte que eu é o muro que me tapa.

Então a pobre formiguinha disse:

Muro, tu que és tão forte, que tampa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho?

E o muro rapidamente respondeu:

Mais forte que eu é o rato, que me rói.

A formiga, quase sem fôlego, perguntou:

Rato, tu que és tão forte, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho?

E o rato falou bem rápido:

Mais forte que eu é o gato que me come.

A formiga então perguntou ao gato:

Tu que és tão forte, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho?

O gato responde sem demora:

Mais forte que eu é o cão, que me persegue.

A formiguinha estava cansada e, mesmo assim, perguntou ao cão:

Tu que és tão forte, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprende o meu pezinho?

O cão responde:

Mais forte que eu é o homem, que me bate.

Pobre formiga! Quase sem força, perguntou ao homem:

Tu que és tão forte, que bate no cão, que persegue o gato, que come o rato, que rói o muro, que tapa o Sol, que derrete a neve, desprenda o meu pezinho?

O homem olhou para a formiga e respondeu:

Mais forte do que eu é a Morte que me mata.

Trêmula de medo, olhando para a Morte que se aproximava, a pobre formiguinha suplicou:

Ó Morte, tu que és tão forte, que matas o homem, que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro, que tapa o sol que derrete a neve, desprende meu pezinho?

E a Morte, impassível, respondeu:

Mais forte do que eu é Deus, que me governa.

Quase morrendo, então a formiguinha rezou baixinho:

Meu Deus, tu que és tão forte, que governas a morte, que mata o homem que bate no cão que persegue o gato que come o rato que rói o muro, que tapa o sol que derrete a neve, desprende meu pezinho?

E Deus, que ouve todas as preces, pediu à primavera que chegasse com seu carro dourado triunfal enchendo de flores os campos e de luz os caminhos, e vendo que a formiga estava quase morrendo, levou-a para um lugar onde não há inverno e nem verão e onde as flores permanecem para sempre.

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