A Chave de Mariane
Era de manhã quando Mariane saiu e como é de costume ela só voltaria mais tarde. A casa de Mariane fica em um prédio bem alto...
- 12 min.
- até 10 anos
Photo credits: kuritafsheen77 on Freepik.
Era uma vez um sapo que estava sentado à beira do rio. Sentia-se esquisito e não sabia se estava contente ou se estava triste.
Toda a semana tinha andado a sonhar. Foi então dar uma volta, a meio do seu caminho encontrou o porquinho.
Olá, sapo - disse o porquinho. - Esta tudo bem? É que não estás com muito bom ar.
Não sei - disse o sapo. - Tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
Talvez estejas constipado - disse o porquinho. - Acho que devias de ir para casa.
Preocupado o sapo continuou o seu caminho. Depois passou por casa da lebre e preocupado exclamou:
Lebre, não me sinto bem.
Entra e senta-te um bocadinho - respondeu ela muito simpática. - Ora então, que se passa?
Umas vezes fico com calor e outras fico com frio.
E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
E meteu a mão da lebre no peito, para esta sentir.
Preocupada com o que sentiu, a lebre entrou em casa e foi direito à estante, dela tirou um enorme livro. Depois de virar algumas folhas pensou muito, como um verdadeiro médico e ao fim de um tempo disse:
Já sei. É o teu coração. O meu também faz tum-tum.
Mas o meu às vezes faz tum-tum mais depressa do que o costume.
Faz um-dois, um-dois, um-dois - disse o sapo.
Aha! - disse ela. - Coração a bater acelerado, ataques de calor e de frio, quer dizer que estás apaixonado!
Apaixonado? - Disse o Sapo, surpreendido. - Epa! Nunca tive uma cena dessas.
Ficou tão contente que deu um salto enorme pela porta fora.
O porquinho assustou-se muito quando o sapo de repente lhe caiu do céu.
Estás melhor? - perguntou o porquinho.
Se estou! Sinto-me ótimo - disse o sapo. - Estou apaixonado!
Bem, isso é uma boa notícia. Quem é a sortuda? - Perguntou o porquinho.
O sapo não tinha tido tempo para pensar nisso. Confuso e pensativo disse:
Já sei! Estou apaixonado pela linha e adorável patinha branca!
Não pode ser s disse o porquinho. - Um sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca.
Mas o sapo não se importou com o que o porquinho disse.
O sapo não sabia escrever, mas sabia fazer bonitas pinturas. Quando voltou para casa fez uma linda pintura, com muito verde, que era a cor que gostava mais.
Quando caiu a noite, o sapo saiu de casa com a pintura e enfiou-a por baixo da porta da pata. Devido à emoção, tinha o coração a bater com toda a força.
A pata ficou muito admirada quando encontrou a pintura.
Quem terá colocado esta pintura debaixo da porta? É tão linda, vou pendurá-la na parede.
No dia seguinte o sapo colheu um belo ramo de flores. Ia oferecê-las à pata.
Mas quando chegou à porta não teve coragem para a enfrentar. Pôs as flores ao pé da porta e fugiu o mais depressa possível.
E durante muito tempo as coisas continuaram assim. A Pata adorava aqueles presentes. Mas quem é que os mandaria?
Pobre sapo! Apesar de perder o apetite, à noite também não dormia. E assim, continuou durante semanas. Como é que havia de mostrar à pata que gostava dela?
Tenho que fazer uma coisa que mais ninguém seja capaz - decidiu ele. - Tenho de bater o recorde do mundo de salto em altura! A patinha vai ficar muito surpreendida, e depois ela também vai gostar de mim.
O sapo começou logo a treinar. Praticou salto em altura dias a fio. Saltava cada vez mais alto, até às nuvens. Nunca nenhum sapo do mundo tinha saltado tão alto.
O que terá o sapo? - perguntava a pata, preocupada. - Saltar assim é perigoso.
Ainda acaba por se magoar. E tinha razão.
Às duas horas e treze minutos da tarde de sexta-feira, as coisas correram mal. O sapo estava a dar o salto mais alto da história quando perdeu o equilíbrio e caiu ao chão.
A pata, que ia a passar nessa altura, veio a correr ajudá-lo. O sapo mal conseguia andar. A pata levou-o para casa e tratou dele com muito carinho.
Ó sapo, podias ter-te matado! - disse ela. - Olha que tens que ter cuidado. Gosto tanto de ti!
Então, finalmente o sapo lá conseguiu arranjar coragem:
Eu também gosto muito de ti, querida pata - balbuciou ele.
Tinha o coração a fazer tum-tum mais depressa do que nunca, e ficou com a cara muito verde. Desde então, amam-se perdidamente.
Um sapo e uma pata, o amor não conhece barreiras.
Autoria: Max velthuijs
Era de manhã quando Mariane saiu e como é de costume ela só voltaria mais tarde. A casa de Mariane fica em um prédio bem alto...
Era um dia de sol muito brilhante na aldeia, e Sofia não conseguia abrir os olhos naquela luz tão intensa. Na aldeia faz semp...