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O Sapo Apaixonado

Tempo Leitura
10 min.
Idade indicativa
até 8 anos
Categorias
Infanto-juvenil
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Pequeno sapo verde sobre uma folha

Photo credits: kuritafsheen77 on Freepik.

Era uma vez um sapo que estava sentado à beira do rio. Sentia-se esquisito e não sabia se estava contente ou se estava triste.

Toda a semana tinha andado a sonhar. Foi então dar uma volta, a meio do seu caminho encontrou o porquinho.

Olá, sapo - disse o porquinho. - Esta tudo bem? É que não estás com muito bom ar.Não sei - disse o sapo. - Tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.Talvez estejas constipado - disse o porquinho. - Acho que devias de ir para casa.

Preocupado o sapo continuou o seu caminho. Depois passou por casa da lebre e preocupado exclamou:

Lebre, não me sinto bem.Entra e senta-te um bocadinho - respondeu ela muito simpática. - Ora então, que se passa?Umas vezes fico com calor e outras fico com frio.

E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.

E meteu a mão da lebre no peito, para esta sentir.

Preocupada com o que sentiu, a lebre entrou em casa e foi direito à estante, dela tirou um enorme livro. Depois de virar algumas folhas pensou muito, como um verdadeiro médico e ao fim de um tempo disse:

Já sei. É o teu coração. O meu também faz tum-tum.Mas o meu às vezes faz tum-tum mais depressa do que o costume.

Faz um-dois, um-dois, um-dois - disse o sapo.

Aha! - disse ela. - Coração a bater acelerado, ataques de calor e de frio, quer dizer que estás apaixonado!

Apaixonado? - Disse o Sapo, surpreendido. - Epa! Nunca tive uma cena dessas.

Ficou tão contente que deu um salto enorme pela porta fora.

O porquinho assustou-se muito quando o sapo de repente lhe caiu do céu.

Estás melhor? - perguntou o porquinho.Se estou! Sinto-me ótimo - disse o sapo. - Estou apaixonado!Bem, isso é uma boa notícia. Quem é a sortuda? - Perguntou o porquinho.

O sapo não tinha tido tempo para pensar nisso. Confuso e pensativo disse:

Já sei! Estou apaixonado pela linha e adorável patinha branca!Não pode ser s disse o porquinho. - Um sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca.

Mas o sapo não se importou com o que o porquinho disse.

O sapo não sabia escrever, mas sabia fazer bonitas pinturas. Quando voltou para casa fez uma linda pintura, com muito verde, que era a cor que gostava mais.

Quando caiu a noite, o sapo saiu de casa com a pintura e enfiou-a por baixo da porta da pata. Devido à emoção, tinha o coração a bater com toda a força.

A pata ficou muito admirada quando encontrou a pintura.

Quem terá colocado esta pintura debaixo da porta? É tão linda, vou pendurá-la na parede.

No dia seguinte o sapo colheu um belo ramo de flores. Ia oferecê-las à pata.

Mas quando chegou à porta não teve coragem para a enfrentar. Pôs as flores ao pé da porta e fugiu o mais depressa possível.

E durante muito tempo as coisas continuaram assim. A Pata adorava aqueles presentes. Mas quem é que os mandaria?

Pobre sapo! Apesar de perder o apetite, à noite também não dormia. E assim, continuou durante semanas. Como é que havia de mostrar à pata que gostava dela?

Tenho que fazer uma coisa que mais ninguém seja capaz - decidiu ele. - Tenho de bater o recorde do mundo de salto em altura! A patinha vai ficar muito surpreendida, e depois ela também vai gostar de mim.

O sapo começou logo a treinar. Praticou salto em altura dias a fio. Saltava cada vez mais alto, até às nuvens. Nunca nenhum sapo do mundo tinha saltado tão alto.

O que terá o sapo? - perguntava a pata, preocupada. - Saltar assim é perigoso.

Ainda acaba por se magoar. E tinha razão.

Às duas horas e treze minutos da tarde de sexta-feira, as coisas correram mal. O sapo estava a dar o salto mais alto da história quando perdeu o equilíbrio e caiu ao chão.

A pata, que ia a passar nessa altura, veio a correr ajudá-lo. O sapo mal conseguia andar. A pata levou-o para casa e tratou dele com muito carinho.

Ó sapo, podias ter-te matado! - disse ela. - Olha que tens que ter cuidado. Gosto tanto de ti!

Então, finalmente o sapo lá conseguiu arranjar coragem:

Eu também gosto muito de ti, querida pata - balbuciou ele.

Tinha o coração a fazer tum-tum mais depressa do que nunca, e ficou com a cara muito verde. Desde então, amam-se perdidamente.

Um sapo e uma pata, o amor não conhece barreiras.

Autoria: Max velthuijs

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